Ao povo o que é do povo Às fezes o que é das fezes Então tome, tome, tome, tome... Seus patifes, a minha chuva de excremento

Sento-me num canto com uma lata de sequilhos entre as pernas Longe, onde pisca-pisca algum possa me denunciar

Um poema para renascenças

Não luto contra a leveza que me possui “Emplume-me, emplume-me!” Grito em liberdade, no recheio, entre as bandas dos mundos

Imagens desconexas conectadas com meus olhos Palavras transcritas com tanto sentimento Que quase ninguém é capaz de interpretar Hoje só...

Já não me interessa mais: o voyeurismo através da janela as macias ancas de Ludmila olhares libidinosos pelas ruas o esquipático boquete...

Prateleiras de supermercados repletas de alegrias calóricas Remorso sendo fantasiado pela empatia pegajosa

Faz-nos viver maquiados para enfrentar o horror Vive de títulos honoríficos e falsas consagrações Mata o Estado livre e os Cidadãos íntegros

Para fim de começo, Deus está morto! Solitário, na idade da razão perdida. Mesmo com a alma danificada, quis viver para sempre,

Grito em liberdade, no recheio, entre as bandas dos mundos O corpo reage sem agir, como se não fosse mais meu — Talvez nunca tenha sido

Já perdi a conta de quantas vezes contei até mil Para não explodir e resistir àquelas cartelas de Lexotan E ao chamado do asfalto, ouvido cá

Só quem leva o próprio cadáver nas costas, compreende Rastejo, mas ando; “fedo”, mas inspiro; morto, mas vivo Cumpro minhas tarefas de [sob]

Que vida é essa? Onde os sonhos dão lugares aos pesadelos. Onde a morte, muitas vezes, é uma alternativa.