Confuso

Imagens desconexas conectadas com meus olhos

Palavras transcritas com tanto sentimento

Que quase ninguém é capaz de interpretar

Hoje só se compreende o óbvio ululante.

Ventanias não podem afastar da minha mente

Os papéis presos a ela pela confusão organizada dos dias

Um dia após o outro, um tapa após um soco

Um milho com grãos de humilhação, manhãs de circuncisão.

Dias melhores virão, somente após o apagar do néon

E ele pisca incansável, sob minhas pálpebras

Os prótons e elétrons que o alimentam vêm de dentro de mim

Palavras erradas me deixam mudo e certo do que quero

Risos fátuos me fazem ficar sério, num humor cadavérico

Isto pode parecer confuso, adverso e intruso.

Sonhos recheados com fezes (light) adocicadas

Padarias com vitrines farmacológicas

Traficante de poesias preso, por incitar o pensar

Políticos honestos mantidos em zoológicos

Inseminação artificial feita com porra retirada manualmente.

Eu não quero confundir sua mente

Apenas preciso fundi-la e fudê-la!

Isto continua a me parecer confuso...

Mas o que esperar de alguém que escreve no escuro?