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Foto do escritorInFeto

Barfly

Atualizado: 4 de mar. de 2021

Todos os dias há um momento em que sou o mais forte dos homens

É quando me ergo com a maldição do sobreviver sobre meus estilhaços

Mesmo invisível, eu insisto e apareço, carregando a mim mesmo

Só quem leva o próprio cadáver nas costas, compreende

Rastejo, mas ando; “fedo”, mas inspiro; morto, mas vivo

Cumpro minhas tarefas de [sob]sobrevivência

Busco a melhora, evito a derrota, venço o segundo, perco as horas

Sinto cheiro do meu desejo, exalando de mim

Vejo os piores e mais frustrantes olhares... sobre mim

Carrego meu destino, lavo minha alma, varro a consciência

Mas permaneço na imundície etílica do calabouço prisional

O avançar das horas decide meu caminho, minha sina...

Vem o primeiro trago, a primeira grade da liberdade

Vem o segundo trago, a segunda grade da liberdade

Vem o terceiro trago, a terceira grade da liberdade

Vêm os próximos tragos, com o ferrolho e cadeado da prisão

Me perco nos tragos e me estrago, me farroupilho, me liberto

Sigo cambaleante, mesmo quando parado no balcão

Sigo embalado, mesmo quando nada mais há na garrafa em minha mão

E por maior e mais labirintoso que seja meu caminho

Sempre encontro a entrada do inferno, cumprimento o Cão e desmaio

Sempre encontro a saída, mas tenho em mente todo o mapa do retorno

No fim das contas, na maioria das vezes, pago a conta

E só eu levo em conta que, não importa saída ou entrada, lata, copo ou garrafa

Eu sempre marcharei para a mesma sarjeta da noite passada.

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