InFeto13 de jun. de 20201 min para lerAcerto de contasAtualizado: 4 de mar. de 2021Já perdi a conta da quantidade de vezesQue vi o dia nascer, enquanto morto em mimDias alegres, cinzentos, chuvosos, temerososFeriados, sextas, segundas, dias indefinidos. Já perdi a conta de quantas vezes contei até milPara não explodir e resistir àquelas cartelas de LexotanE ao chamado do asfalto, ouvido cá, de minha janelaEnquanto mastigava o colchão e lambia as paredes. Já perdi a conta de quantas mensagens desesperadas mandeiEm busca de algum afago mágico ou de um bom lunático acordadoTodos meus anjos dormem um sono que não me pertenceEnquanto os demônios reúnem-se, frenéticos, no pub de minha alma. Já perdi a conta de quantas vezes me fiz cafuné, preparei caféE jurei ódio a Deus, ao Sol, à farmacologia e ao leiteiro feliz Olhando, com inveja, o mendigo dormindo sob a marquise Junto com seu cão, esperanças, papelão, sonhos e pesadelos. Já perdi a conta de quantas vezes o Corujão e Sessão de GalaImpediu o SAMU de trabalhar em plena madrugadaE a TV, ali, ligada, era a única forma de aquecer a almaEnquanto os vizinhos roncavam, peidavam ou trepavam. Já perdi a conta das contasMas agora é hora e acertá-laSem promissórias, carnês ou pré-datadosVou retirá-la do prego e pendurá-la no teto.
Já perdi a conta da quantidade de vezesQue vi o dia nascer, enquanto morto em mimDias alegres, cinzentos, chuvosos, temerososFeriados, sextas, segundas, dias indefinidos. Já perdi a conta de quantas vezes contei até milPara não explodir e resistir àquelas cartelas de LexotanE ao chamado do asfalto, ouvido cá, de minha janelaEnquanto mastigava o colchão e lambia as paredes. Já perdi a conta de quantas mensagens desesperadas mandeiEm busca de algum afago mágico ou de um bom lunático acordadoTodos meus anjos dormem um sono que não me pertenceEnquanto os demônios reúnem-se, frenéticos, no pub de minha alma. Já perdi a conta de quantas vezes me fiz cafuné, preparei caféE jurei ódio a Deus, ao Sol, à farmacologia e ao leiteiro feliz Olhando, com inveja, o mendigo dormindo sob a marquise Junto com seu cão, esperanças, papelão, sonhos e pesadelos. Já perdi a conta de quantas vezes o Corujão e Sessão de GalaImpediu o SAMU de trabalhar em plena madrugadaE a TV, ali, ligada, era a única forma de aquecer a almaEnquanto os vizinhos roncavam, peidavam ou trepavam. Já perdi a conta das contasMas agora é hora e acertá-laSem promissórias, carnês ou pré-datadosVou retirá-la do prego e pendurá-la no teto.