Agora sinto a liberdade, que em momento algum senti na vida
Nem as minas do Rei Salomão poderiam pagá-la
Sinto-me parte do vento e do tudo do nada
Não sinto meus pés saírem do chão
Sinto o chão sair-lhes... abandoná-los!
Não luto contra a leveza que me possui
“Emplume-me, emplume-me!”
Grito em liberdade, no recheio, entre as bandas dos mundos
O corpo reage sem agir, como se não fosse mais meu
— Talvez nunca tenha sido
Gradativamente sinto o abandono do sofrimento
A presença do desconhecido me identifica geneticamente
Como cobaia passiva dos direitos e ativa dos resultados
Entrego-me ao procedimento cirúrgico enérgico
Na esperança, que os resultados possam salvar o mundo
— O meu mundo.
Convalesço, aceito, resguardo e aguardo:
O fim!
Para poder me aliviar da maior das dores:
O viver!