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Foto do escritorInFeto

Alívio

Agora sinto a liberdade, que em momento algum senti na vida

Nem as minas do Rei Salomão poderiam pagá-la

Sinto-me parte do vento e do tudo do nada

Não sinto meus pés saírem do chão

Sinto o chão sair-lhes... abandoná-los!

Não luto contra a leveza que me possui

“Emplume-me, emplume-me!”

Grito em liberdade, no recheio, entre as bandas dos mundos

O corpo reage sem agir, como se não fosse mais meu

— Talvez nunca tenha sido

Gradativamente sinto o abandono do sofrimento

A presença do desconhecido me identifica geneticamente

Como cobaia passiva dos direitos e ativa dos resultados

Entrego-me ao procedimento cirúrgico enérgico

Na esperança, que os resultados possam salvar o mundo

— O meu mundo.

Convalesço, aceito, resguardo e aguardo:

O fim!

Para poder me aliviar da maior das dores:

O viver!


 


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