Um filme de 2007 que eu fiz o caminho inverso, primeiro li o roteiro, pois estava estudando roteiro e havia visto o trailer que me fisgou, além disso, tinha minha mulé (Bruna Lombardi) e um elenco pesadíssimo, e, estava na promoção por 10 pilas. Ponto para mim! Sinceramente, não lembro o que achei do roteiro, na época, principalmente por ter lido com olhos técnicos de estudante. Só agora, na pandemia, em 2022, assisti ao filme. E não havia melhor momento para vir um filme com tantas significações, poesia como que película e em detalhes, e uma fuligem dos dias que pega e machuca delicadamente os telespectadores mais atentos ou sensíveis. O filme, além do elenco sensacional, traz significados para os dias de pedra nos quais quase que somos impelidos a não enxergar as estrelas, as possibilidades, os astros e principalmente as dezenas, centenas de vidas que estão ao nosso redor e que, de alguma forma sutil ou extravagante, está conectada, sútil à nossa vida.
O transcorrer do filme é sustentado pela anatomia cinematográfica comum, mas também, exótica e admirável nas construções da semiótica que tange, costura e amarra as conexões, não somente, entre as vidas dos principais personagens, mas das dezenas deles, que pipocam na tela, através das partículas de suas histórias pessoais, medos, carências e necessidades, como estrelas no céu que deixamos de apreciar. Durante a sessão me veio em mente dois filmes fodaralhaços: Magnólia e Crash. Essas referências surgirem em minha mente, configura mais um sinal positivo do trato especial aos temas das correlações que é feita no Signo da Cidade.
Agradeço por só ter apertado o play nesse filme cerca de 10 anos após ler o seu roteiro, pois ele aqueceu a minha noite, me brindou com a significância dos diversos astros ao meu redor, e deixou um fragmento de esperança. Tudo que eu precisava no momento. Houve uma correlação entre o Signo da Cidade e os meus signos. Fica a dica: filme gostoso, pancada suave, em conexão com o que deveríamos aprender com tudo isso pelo que estamos passando.