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Facções da crise

Diante de um cenário que em algum momento do futuro sempre será atual, observa-se a lisura e idoneidade da incompetência humana, com poucas e verdadeiras – para o tamanho da conjuntura – ações que, realmente, capacitam tais seres a receber a insígnia de "humanos". Estourou mais uma pandemia, epidemia, surto, caralhodemia, e "bum", afinal estourou, né? Então o mundo se divide em facções que o habitam desde sempre, mas que se sobressaem nesses períodos. São algumas delas (há várias outras):


A) a dos desesperados que proliferam algo pior ou similar ao vírus: a ignorância e o pânico; em suas pesquisas superficiais, em suas postagens e mensagens repassadas na velocidade da luz. Daí, você pede um nudes ou manda tomar no cu, a pessoa te bloqueia, fica brava. Vá entender! mas para espalhar desgraças, falsas notícias (boas e ruins) e pânico, faz em mala direta;

B) a dos fodões, que são imunes a tudo, exceto a peste de suas próprias insciências. Esses estão em todos os lugares, dizendo que tudo é frescura, presepada, e expondo todos às contaminações mental e viral. O pior, é que realmente parece que esse tipo tem uma imunidade maior...;

C1) a dos ocupados ricos, que não tem tempo para acompanhar "baboseiras do mundo". Eles seguem suas vidas no fluxo normal de suas reuniões, aeroportos, transações, grifes e chiques, bolsa de valores, e clonazepam sublingual, até ter alguém próximo afetado, ou pior, ter um dos seus negócios prejudicados pela tal "coisa da moda";

C2) é quase a mesma categoria da facção anterior, com a sublime diferença, de serem pobres, classe média, operária, trabalhadora. Esses, sequer, tem tempo para se informar verdadeiramente, ou ler tudo pelo que são bombardeados a todo tempo. Apenas ouvem e leem muito rapidamente o que chega, entre o despertar do relógio e os bateres do ponto, entre o horário do lanche e a condução para casa, caso consigam ir sentados;

D) a dos astutos, que consiste naqueles que pouco falam, se informam de verdades, por meio de canais sérios, e diante de todas as outras facções beiram o infarto, AVC, rodam os olhinhos ou distribuem voadoras, muitas vezes necessárias. Alguns desses são tão chatos quantos os de outras facções;

E) a dos práticos, que simplesmente não leem ou acompanham nada, apenas segue o fluxo, faz o que sugerem e deixam de fazer o que não recomendam. Sentam, abrem uma cerveja e aguardam o apocalipse ou a bonança;

F) a dos profetas do que querem. São aqueles que usam da religiosidade ou da sua falta, para justificar tudo e, inclusive, para decidir o que vai acontecer com o mundo. "Deus proverá!", "Está tudo escrito na bíblia!", "Orem, reze, deem o cu! Salvem suas almas", "Vamos emanar boas energias, pois só assim...", "Eu quero é que se foda!", “Tudo vai piorar!”, são apenas algumas dos mantras dessa facção;

G) a dos messias, consiste naquele povo que tem a solução para tudo, seja na área política, infraestrutura, educação, saúde. Sempre vão ter uma carta na manga acompanhada de extensos conselhos e discursos de como é fácil resolver a situação. Esses, aguardam certificados de seus egos e do Google.


Ciente de todas essas características, os dias seguem como se você estivesse vivendo dentro de um enorme presídio, no qual se tem que aprender a lidar com cada um desses grupos sem ser ofensivo ou defensivo demais, e assim, se manter longe de tretas e pertubações desnecessárias. Com um pouco de sorte, morando só, não ligando a TV nem a internet, talvez, você consiga, não ter que exercer seu direito de "mandar alguém ir à merda!" ou não necessite ter que filiar seu espírito, corpo e mente em algum alinhamento faccional da crise. Boa sorte!

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