top of page
Foto do escritorInFeto

Delirium tremens somnus

Atualizado: 4 de mar. de 2021

Prenúncios em anúncios vagos preenchiam meu sono

Tragédias italianas sufocavam as pálpebras

NREM, REM... “SEM” paz

Alfa, Beta, Delta, Teta

Sem ritmo, frequência ou fases

Apenas meu corpo gélido, jazido na cama

Mãe viva fantasma, irmã tola enforcada

Mundo cão relinchando para mim

Feito uma coruja mamífera cacarejante

Períspirito ágil, corpo paralisado, mente escafiada

Ventilador numa gemedeira de dar arrepios

Frigobar em ataques epilépticos com delírios

Suando frio, por sobre a quentura de suas laterais

Tomadas sugadoras de energias e fé

Pés da cama numa intermitente euforia

Seguro-me nos corrimãos do colchão

Períspirito e cadáver sonífero entram em combate

Quero erguer-me, mas não consigo

Quero gritar, mas não posso

Quero libertar-me, mas sou detento

Quero acordar, mas tenho o sono da morte

Escala Richter alguma poderia mensurar os tremores

Do que quer que esteja sob minha cama

Ergo-me num ressuscito

Choro, sufoco, acordo

Não sei o que fazer...

Ruídos noturnos ainda me atormentam

Tic-tac; o frigobar; o ventilador; a pia gotejante

Rezo silenciosamente, em agradecimento a Thomas Edison

Esquento um leite, em recusa de encarar o negro do café

Escrevo esse poema, no papel do pão

Sento-me pavoroso sobre os calcanhares

Sem coragem de encarar as placas tectônicas

Que estremecem no país existente sob minha cama.

1 visualização

Posts recentes

Ver tudo

Alívio

Confuso

bottom of page