InFeto13 de jun. de 20201 min para lerA descoberta do ParaísoAtualizado: 2 de jan.Embucete-me, como fazem as carnes adocicadas das maçãsCom os dentes dos famintos e com os corpos das lagartasCensure meu grito e exponha meu gemidoDevolva meu hímen à terra fértil Para que possa histerectomizá-la de todo o mal. Desejos palafitam ancas macias descivilizadasPoros vulcânicos e espermas em larvasGramas capilares encharcadas de ofegantes prazeresOndas do êxtase apagam as chamas de meus infernos Alcanço voo, repousando nas asas de suas escápulas. O Paraíso corre nu, para os braços do fruto proibidoPara juntos abraçarem o atordoado corpo do desejo punidoDisseminando a putaria soberba, do viver e do amanhecer em tiLiberte-me da unicidade ambígua ou aprisione-me na certeza cautaAntes que a proibição furtiva da vida nos apeteça. Embucete-me, com suas valas carnívorasEmbucete-me, em seu encéfalo clitorianoEmbucete-me, com sua caverna sanguíneaEmbucete-me, em sua glândula pituitária vaginalEmbucete-me, em ti, em si, em mim... em nós. Que o universo abençoe o berço fecundativo Das inconcebíveis desgraças e incontáveis graçasFrute-me; proíba-me; coma-me, dispa-meDigira-me; permita-me; degluta-me; use-me Prenda-me nos dentes e só largue, quando a alma sangrar.*Poema parido após ver as obras: Nu e Nu e frutas, de 1980; Fruto proibido, de 1981; e Maçã, de 1984, do artista Juarez Paraíso.
Embucete-me, como fazem as carnes adocicadas das maçãsCom os dentes dos famintos e com os corpos das lagartasCensure meu grito e exponha meu gemidoDevolva meu hímen à terra fértil Para que possa histerectomizá-la de todo o mal. Desejos palafitam ancas macias descivilizadasPoros vulcânicos e espermas em larvasGramas capilares encharcadas de ofegantes prazeresOndas do êxtase apagam as chamas de meus infernos Alcanço voo, repousando nas asas de suas escápulas. O Paraíso corre nu, para os braços do fruto proibidoPara juntos abraçarem o atordoado corpo do desejo punidoDisseminando a putaria soberba, do viver e do amanhecer em tiLiberte-me da unicidade ambígua ou aprisione-me na certeza cautaAntes que a proibição furtiva da vida nos apeteça. Embucete-me, com suas valas carnívorasEmbucete-me, em seu encéfalo clitorianoEmbucete-me, com sua caverna sanguíneaEmbucete-me, em sua glândula pituitária vaginalEmbucete-me, em ti, em si, em mim... em nós. Que o universo abençoe o berço fecundativo Das inconcebíveis desgraças e incontáveis graçasFrute-me; proíba-me; coma-me, dispa-meDigira-me; permita-me; degluta-me; use-me Prenda-me nos dentes e só largue, quando a alma sangrar.*Poema parido após ver as obras: Nu e Nu e frutas, de 1980; Fruto proibido, de 1981; e Maçã, de 1984, do artista Juarez Paraíso.