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Foto do escritorInFeto

A bananeira

Atualizado: 4 de mar. de 2021

A vida é como uma saliente e robusta bananeira

de cinco metros de altura.

Os melhores frutos estão no topo.

Onde um simples equilíbrio na ponta dos dedos

não pode alcançá-los.

Por mais cansativo e doloroso que seja,

por mais trabalhoso e merecedor que pareça.

É preciso mais, muito mais que isso, para saboreá-los.

É impossível tê-los sem derrubar o tronco.

É imprescindível abacás, para suportar,

a escalada em seu corpo... em seu talo

escamoso, suculento, falso e escorregadio.

Costure-se nas bainhas das folhas da bananeira.

Para saber a sua própria origem e desvendar o que há nela.

Terá que descobrir suas verdades e ausências;

terá que cavar, serrar e beber do seu subterrâneo.

Uma imersão na terra do desespero e do conhecimento,

para amadurecer os frutos... sem o uso de carbureto.

Seu verdadeiro caule está dentro de você.

Onde suas mãos não chegarão, nem seus olhos verão,

se não cortar o pseudocaule, se não cortar a superficialidade,

não gozará do fruto e ele apodrecerá.

Cairá peco ou servirá de alimento para insetos e pássaros.

Irá padecer e feder,

afetando todo o caule

e tudo ao seu redor.

Derrube o tronco, amorteça os frutos,

aprecie sua estrutura e os consuma

nas diversas formas:

compota, farinha, doce, geleia, creme, licor, etc.

Seja nanica, maça, prata, d’água, terra, etc.

É o seu fruto!

Que foi pedido, dado, cultivado e, se merecido, obtido.

Corte o caule, o falso caule: pseudocaule.

Para aproveitar e permitir novos frutos nascerem.

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